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Procura-se novos salmistas...

O rei os escolhia, o povo os aceitava e o trabalho era duro. Tinham que se revezar em turnos de serviço, porque havia toda uma catequese de louvor e toda uma doutrina sobre perdão, solidariedade, esperança, fraternidade e compaixão a ser ensinada através de seus instrumentos e vozes. Cantar era coisa séria. Nem todos os que tocavam e cantavam em Israel eram salmistas. Os escolhidos tinham que ter conteúdo. Não bastava ter boa vontade. Tinham que estudar e saber o que faziam. Era um ofício!

O salmo diz que deviam tocar com maestria, com arte e com alegria (Sl 33,3). Nunca se ficava apenas num tema da fé. As canções eram abrangentes. Cantava-se todo o espectro da vida humana. Abordava-se todos os temas da vida. Não era permitido o improviso ou a canção mal executada. E tinha que ter novidade (Sl 96,1; 144,9). Para Deus tinha que ser coisa séria. O povo esperava novidade. Nada de mesmice. Os autores convidavam o povo a cantar cantos novos para não caírem na rotina dos mesmos cantos cantados sempre do mesmo jeito. O salmo 40,3 diz que Deus punha canções novas na boca do cantor. O salmo 66 mandava cantar com alegria e até gritar se fosse o caso. O salmo 9,18 lembrava que os necessitados não seriam esquecidos. Cantava-se o social e o direito dos povos, dos pobres e dos oprimidos (Sl 12,5; 35,10; 37,14; 40,17; 69,33). Havia política na canção religiosa. Ai do cantor que se negasse a cantá-las.

Servem de lição hoje para nós que cantamos. Alguns ficam só no social e isso não basta. Outros só no louvor e isso também não basta. A Igreja manda ir para águas mais profundas. Os cantores também precisam fazer o mesmo. Nem por isso deixavam de cantar os cantos antigos. Sabiam dosar. Quem alega que não sabe compor teologia que pegue um livro e leia. Vai aprender bem depressa a compor canções com conteúdo mais profundo. E é bom que leiam História da Igreja, Sociologia, passagens da Bíblia que celebrem a fraternidade, o perdão, a dor humana, a paz do outro. Farão menos cantos falando de sua própria paz, de eu e meu Deus e muitos mais de Deus e nós ou, nosso povo, nosso Senhor!

Procura-se novos temas...

Os documentos da Igreja são claros. Ela precisa de salmistas e catequistas. E todo salmista deve ser um catequista. Sua canção deve relembrar toda a Bíblia e não apenas um só tema. Se temos 1.000 autores, todos compondo sobre louvor, alguma coisa está errada na catequese que receberam. Nestes últimos 40 anos a Igreja exarou por Roma, pelo Celam ou pela CNBB, mais de 70 documentos sobre catequese, liturgia, problemas do nosso povo. Os papas fizeram mais de 200 discursos sobre as dores do mundo e apareceu em cena Medellín, Puebla, Catequese Renovada, Sacrossantum Concilium, Pacem in Terris, Mater et Magistra, Populorum Progressio, Santo Domingo, João XXIII, Paulo VI, João Paulo II. Todos eles, ensinando verdades profundas sobre o outro, que deve ser salvo pela graça de Deus, mas também pela nossa solidariedade. Não faz sentido nós, salmistas, teimarmos em cantar só o louvor ou só a libertação política, quando os papas não fizeram só isso e quando toda a Igreja caminhou na direção da dor humana.

Então porque os compositores, com raras exceções, só musicaram o louvor ou só a luta social? Por que não os dois riscos da cruz? O horizontal e o vertical?

É porque alguém os direcionou apenas para isso. Seus catequistas esqueceram-se de falar das outras doutrinas e da pregação insistente da Igreja nesses últimos 50 anos sobre a necessidade de louvar e libertar os oprimidos também por leis ou situações injustas. A Igreja precisa de cantores e salmistas que se debrucem também sobre outros temas, senão os salmos do século XXI serão monotemáticos. Ora, os originais tinham quase todos os temas, porque naquele tempo se sofria, se oprimia se morria, se assaltava e se matava. E eles falaram disso e cantaram isso.

Tenho caminhado nessa direção. Tenho gritado onde posso e como posso aos que, como eu, foram escolhidos para salmodiar a vida na Igreja, que sejam mais abrangentes e não afunilem as canções a apenas um só tema. Cantem toda a doutrina da Igreja.

Alguém uma vez perguntou quem eu penso que sou para ficar dando normas aos outros cantores. Respondi que tenho cerca de 40 anos de trabalho neste campo e que penso que isso vale como cartão de apresentação para quem quer ver a Igreja mais rica de arte e de temas. Além disso, estou pensando nos outros. Se pensasse apenas em mim continuaria quieto no meu canto. Acontece que somos catequistas e fazemos a cabeça do povo com o que cantamos. Então, não temos o direito de só cantar um tema quando toda a Igreja está gritando em seus documentos centenas de outros temas de águas profundas.

Não tenho sido muito compreendido e há irmãos que até se magoam. Que pena! Estou apenas mostrando o que a Bíblia pede, a Igreja pede e os tempos pedem. Se nossa canção é um serviço, então façamos como faz o profissional de construção que procura livros que lhe expliquem novos modos e mostre outros conceitos de construção. Que os cantores e autores peguem livros que lhes ensinem novos modos de cantar a fé, já que muitos receberam uma catequese monotemática. Se houve retiros sobre outros temas, não foram...

Cantores e autores, ajudemos a catequese da Igreja. Facilitemos a vida dos bispos, párocos, pregadores e professores de religião. Demos a eles novos subsídios, músicas novas sobre novos temas da fé, músicas jovens, bonitas e cantáveis, com temas do momento, do mundo e da Igreja. Busquem inspiração na Bíblia, no catecismo, nos jornais, nos mercados, nas feiras, no meio do povo e nas revistas. Vocês podem e, se quiserem, irão longe!

Deus não vai deixar de inspirar vocês, até porque tenho a leve impressão de que Ele quer que façamos muito mais do que apenas louvá-lo (Mt 7, 21). Serei ouvido ou serei criticado porque ousei pedir aos cantores que ajudem os catequistas com novos temas baseados nos principais documentos da Igreja? As igrejas serão obrigadas a cantar só louvor por quanto tempo? Os temas: perdão, solidariedade, justiça e paz no mundo, misericórdia, família, drogas, medo, depressão, doença, trabalho, fraternidade, mulher, homem, criança, meninos de rua fazem parte da catequese católica. Onde estão as canções? Não há mais do que três ou quatro escrevendo sobre esses temas! Então, o que está impedindo os cantores da fé e os compositores de ajudar os pregadores dando músicas para esses temas?

 

Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)
www.padrezezinhoscj.com - Taubaté-SP

  
  
 

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