Quem acompanhou o lançamento do primeiro CD (De Deus, um Cantador), em 1997, pelas Paulinas-COMEP, pode verificar já naquela época tratar-se de talento bastante promissor no meio artístico da música mensagem.

Se naquele ano encantava pela sensibilidade e criatividade, em 2003, pela mesma gravadora, Fábio de Melo continua surpreendendo ao lançar o CD "Marcas do Eterno", o quinto da ainda recente carreira artístico-religiosa. Segundo o padre, autor, cantor e compositor, a arte tem um poder de comunicação muito grande. E acrescenta: "eu me utilizo dela para comunicar o evangelho, no qual encontrei minha razão maior de viver". O contato desde a infância com a literatura, a poesia e a música fez com que Fábio de Melo desenvolvesse uma espiritualidade artística sobrecomum.

"Marcas do Eterno" reflete os últimos trabalhos intelectuais do jovem cantor e compositor, bem como as últimas leituras e a elaboração de uma dissertação de mestrado em antropologia teológica sobre "o cotidiano como lugar de revelação". Para ele, viver é deixar e receber marcas, já que todas as experiências da vida, sejam alegres ou tristes, sempre deixam marcas em nós. Fábio afirma estar muito feliz com a realização de mais este trabalho, sentindo-se bastante coerente no que estuda, reflete e compõe.

A faixa que empresta o nome ao CD, "Marcas do Eterno", é uma música que fala de maneira muito específica do modo consagrado de viver que pode ser o de qualquer pessoa que tem uma religião e se relaciona com o transcendente de maneira espiritualista, descobrindo-se como um lugar de dignidade ou "como um solo sagrado". Das doze faixas que compõem o CD, oito são de autoria do próprio Fábio.

A gravação contou com a presença de dois maestros já conhecidos no meio religioso: Alexandre Malaquias, grande nome da música evangélica, que produziu os arranjos de sete músicas e do jovem Luan de Carvalho em duas canções, além da significativa participação do já consagrado conjunto Roupa Nova em três faixas. Nas letras das melodias são trabalhados sentimentos e emoções que as pessoas têm em seu cotidiano como: as perdas, desilusões, tristezas, o abandono, mas também a fé, as alegrias, as esperanças e a gratuidade nas relações humanas. São melodias que expressam realizações de Deus falando das coisas terrenas, evidenciando, assim, certos sinais divinos, Marcas do Eterno, até mesmo nos momentos mais difíceis de nossas vidas.