A Igreja nos convida a celebrar o Natal durante oito semanas, é o tempo chamado de Oitava de Natal, então temos tempo de refletir algumas coisas:
Tive vontade de escrever um pouco sobre a música que cantamos na liturgia do natal.
Em uma das comunidades que visitei durante o mês de dezembro, tive a feliz surpresa de acompanhar um coral formado por crianças, jovens, casais, idosos, enfim... Gente mais variada possível daquela comunidade.
Percebi o quanto nos falta este espírito de unidade na diversidade, pois geralmente quando visito as comunidades e até mesmo na comunidade que freqüento, observo os nervos à flor da pele por querer tocar nesta ou naquela celebração, neste ou naquele encontro, com esse ou aquele microfone "que é melhor", nem sempre uma disputa que está explicita em palavras, mas pode existir no coração, e por causa muitas vezes dessas disputas e desentendimentos, quem sai perdendo é a liturgia e o povo, que vai para a igreja com o coração feliz para celebrar a vida.
Como estamos celebrando o Natal, pensei que pudéssemos aqui refletir um pouco sobre o que temos feito pelo bem comum de nossa comunidade e, se quando fazemos algo, o fazemos por que nos convém, ou mesmo que não nos convenha, fará bem para nossa igreja.
Eu não penso que aquele coral que vi seja um protótipo de felicidade, no entanto penso que seja um belo exemplo a ser seguido, por sua simplicidade, sua dedicação e seu carinho com a liturgia e com o povo. Sua unidade tão clara nas canções envolvia-nos na assembléia e nos fazia querer cantar com eles, inclusive solfejando alguma voz diferente mesmo sabendo que não estávamos sendo ouvidos.
Quando estivermos cantando na igreja e o povo não estiver acompanhando, tem alguma coisa errada, e poderá ser conosco. Nossa personalidade pode e geralmente influencia naquilo que nossas mãos fazem nos instrumentos ou que nossa voz canta ao microfone.
Unidade se faz com simplicidade, não adianta complicar que não vai funcionar, Deus se manifesta nas coisas simples. Faça da sua música simples um caminho para que a igreja experimente Deus. Não deixe sua música e seu temperamento, às vezes complicado, falar mais alto. As pessoas poderão não experimentar nada além de você mesmo e será uma grande decepção para todos.
Aprendi mais um pouco. Espero que tenha compreendido também.
Vamos juntos cantar o Natal!
Feliz Natal!!!