Hoje iremos ver a variedade de harmonias que podem ser aplicadas à mesma música, ou seja, existe uma gama de acordes que podem ser combinados de maneira diferente, possibilitando assim abusar da criatividade para obter diversas seqüências harmônicas com sonoridades variadas.
Vamos “brincar” com um trecho da música "Amar-te Mais", especificamente o segmento “Amar-te mais que a mim mesmo...”. Irei adotar a seguinte notação: um número seguido de uma nota, onde este número corresponde ao tempo de execução desta nota. Exemplo: 2G (acorde sol maior executado por 2 tempo). Considerando como seqüência básica os acorde G, Em, C, D, vejamos algumas das possíveis maneiras de tocar este trecho:
1ª variação: 2G, 2Em, 2C, 2D/F# (apenas uma inversão do baixo do último acorde que agora é executado na terça do mesmo);
2ª variação: 2G, 2Em, 2C/E, 2D/F# (inversão de baixo nos dois últimos acordes que também são executados na terça);
3ª variação: 2G, 2Em, 2C/E, 1D/F#, 1D (divisão do tempo do último acorde, possibilitando assim fazer uma passagem pelo acorde principal e também o invertido);
4ª variação: 2G, 2Em, 2Am, 1D/F#,1D (substituição do acorde DÓ maior pelo seu relativo menor);
5ª variação: 2G, 1D/E, 1Em, 1Am, 1Am/G,1D/F#, 1D (utilização de diversos acordes com apenas um tempo de execução possibilitando assim fazer diversas passagens);
6ª variação: 2G, 2GM7, 2C, 1D,1D/F# (substituição do Mi menor pelo GM7, que vendo por outro lado também pode ser um Bm com baixo em G);
7ª variação: 2G, 2Bm/G, 2C/G, 2D/G (todos acordes são executados mantendo o baixo em Sol);
8ª variação: 2G, 2Bm/G, 2C/E, 2D/F# (os dois primeiros acordes com baixo em Sol maior e os dois últimos invertidos com baixo na terça);
9ª variação: 2G, 2Bm/F#, 2C/E, 2D (utilização do acorde Si menor invertido com baixo na quinta);
10ª variação: 2Em, 2D/F#, 2C/G, 2D/A (substituição do Sol maior pelo seu relativo menor e realização de uma cadência ascendente que implica em uma inversão de baixos de acordes naturais).
Como você pode ver, fizemos diversas variações utilizando acordes básicos, sem a necessidade de acordes mais complexos. Porém vale ressaltar que podem ser adicionadas a estes acordes, notas com a finalidade de dar dissonância a estas formações. Pegaremos como exemplo as próprias variações acima:
1ª variação: 2Gadd2, 2Em7, 2C9, 2D/F#
2ª variação: 2Gadd2, 2Em79, 2C/E, 2D/F#
3ª variação: 2G 9, 2Em9, 2C/E, 1D/F#, 1Dsus497
4ª variação: 2Gadd2, 2Em7, 2Am79, 1D/F#,1Dsus497
5ª variação: 2Gadd2, 1D/E, 1Em7, 1Am9, 1Am/G,1D/F#, 1Dsus4
6ª variação: 2G9, 2GM7, 2Cadd2, 1D,1D/F#
7ª variação: 2G9, 2Bm/G, 2C/G, 2D/G
8ª variação: 2Gadd2, 2Bm/G, 2C/E, 2D/F#
9ª variação: 2G, 2Bm/F#, 2C/E, 2Dsus4
10ª variação: 2Em9, 2D/F#, 2Cadd2/G, 2D/A
Deixo aqui a minha sugestão para que “brinque” com outras harmonias de forma a criar novas seqüências, pois estas variações nada mais são do que experimentos, se é que posso assim dizer.
Galera, por hoje ficamos por aqui, um grande abraço a todos e até o próximo artigo.
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Frederico Rodrigues (emaildofred@gmail.com)
Doutor em engenharia acústica,
arranjador e tecladista do Pe. Fábio de Melo