Salve, querido irmão músico cristão católico apostólico romano!
Hoje estou aqui pra falar de um assunto que muitos de nós vivemos, mas que não está ligado diretamente à música e sim à Igreja como um todo: o nosso julgar. Estou sofrendo com alguns irmãos meus as suas dores, advindas do pecado e que, infelizmente, já estão sendo julgadas por outros irmãos aqui na Terra, mas que serão alegrias quando os frutos forem colhidos.
Disse, em meu terceiro artigo, e repito neste: Deus ama o pecador, mesmo repudiando o pecado. Mas o que devo fazer se meu irmão cair? Apedrejá-lo? Abandoná-lo? Impedir que ele toque ou cante em missas ou grupos de oração? Fazê-lo pedir perdão à Igreja por seus atos? Lembrar de seu nome em uma intercessão (com a intenção de expor seu problema a todos)?
Com certeza nada disso adianta, pois não conserta o erro, e sim o aumenta ainda mais, pois além das pessoas diretamente envolvidas, as que julgarem também estarão pecando. Quem nunca caiu? Vivemos caindo, mas a razão de persistirmos na caminhada é a nossa fé em Deus, senão não haveria motivos para levantar. Vale a pena ressaltar que não existe tamanho quando se relaciona ao pecado: não existe pecadão grandão ou pecadinho pequeninho, mentirona ou mentirinha, e sim pecado e mentira, respectivamente. Uma gravidez de alguém solteiro na tua comunidade não é pecado maior do que julgar essa pessoa, mas o arrependimento dos atos é algo digno de louvor, enquanto que o abandono a quem peca é um caminho curto para o inferno e com um detalhe, sem ajuda do capeta. Estamos sujeitos a quedas por que somos humanos, mas temos a obrigação, enquanto cristãos, de ajudar a quem cai e de levantar os nossos irmãos.
Temos o melhor dos exemplos, que é o nosso Senhor Jesus Cristo, que andava com prostitutas e comia com cobradores de impostos. O que fez Jesus quando lhe trouxeram a mulher adúltera? O que você faria? Atiraria a primeira pedra? Jesus, concebido sem pecado, filho unigênito do Pai, o maior de todos os homens, que venceu todas as tentações, não atirou pedras, mas perdoou aquela mulher. Perdoou a Pedro, que o negou 3 vezes. Acolheu Matheus. Converteu o maior perseguidor de cristãos (Paulo) e o tornou um dos seus, fazendo-o levar a palavra pelo mundo. Porque, então, julgamos? Porque atiramos pedras? Infelizmente pregamos algo que muitas vezes não vivemos e isso nos faz julgar e atirar pedras. Esquecemos de olhar a nossa própria vida para olhar a do irmão e deixamos de acolher quando ele mais precisa, pois o problema é dele. Esquecemos também que não vamos alcançar a salvação se não levarmos conosco os nossos.
Será que lembramos dos nossos? Como canta Walmir Alencar, “...onde se esconde aquele que foi difamado? Onde está o teu irmão?”. Onde está aquele irmão que caiu e está na bebida? Será que apenas nos momentos sadios ele lhe serviu? Tem visto ele? Pois é, ele abandonou a Igreja, era meu amigo apenas lá. Será que o motivo dele ter abandonado a Igreja não é exatamente o fato de você ser amigo dele apenas lá, de estar ocupado nos momentos de carência dele? Será que não foi essa a razão do pecado dele?
Reflita sobre isso e não atire mais pedras no telhado de teu irmão. Vai que de repente o telhado dele é de borracha e a pedra volta e atinge o teu telhado de vidro. Lembre-se que o julgamento cabe a Deus e, caso você não seja Ele, não o faça, pois tal ato pode ser altamente prejudicial a você.
Santa Cecília, rogai por nós!
(Viu... Mas roga, em especial, por nossas línguas, para que elas entrem no céu junto com as demais partes do corpo.... rs).